Existe uma expectativa no mercado de que o Copom siga reduzindo a Selic em 0,5 ponto percentual. Atualmente a taxa está em 11,75% e espera-se que seja reduzida para 11,25%, de acordo com projeções do mercado financeiro captadas pelo boletim Focus, do BC.
Essa expectativa é reforçada pela ata da reunião anterior do Copom, divulgada em dezembro, na qual o comitê afirmou que seus membros “concordaram unanimemente” em manter o atual ritmo de cortes da Selic “pelas próximas reuniões”.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também confirmou que a ata servia como uma indicação para o comportamento futuro para as duas primeiras reuniões do Copom em 2024.
Outro fator que reforça a expectativa de redução é o comportamento da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2023 com uma alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta estipulada pelo BC.
As projeções de analistas do mercado financeiro para a inflação de 2024 também têm sido reduzidas há quatro semanas, mostrando que a estimativa é que o IPCA encerre o ano em 3,86%. Para a Selic, a projeção tem se mantido estável em 9% para o final deste ano e 8,5% em dezembro de 2025.
Se a expectativa se confirmar, a redução de 0,5 ponto percentual será o quinto corte seguido na Selic desde agosto, quando o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário anterior e começou a reduzir os juros.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986, devido à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19.
O Copom se reúne a cada 45 dias, realizando apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, assim como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do colegiado, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic. A decisão do Comitê tem grande impacto na economia brasileira, influenciando o mercado de crédito, investimentos, consumo e inflação.