A caravana já passou por 12 cidades de seis estados, ouvindo cerca de duas mil pessoas. O objetivo é ouvir as famílias das etnias Calon e Rom, as mais expressivas do país, e entender suas necessidades, diversidade e os desafios enfrentados no dia a dia. Segundo o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Ronaldo dos Santos, a ideia é conhecer de perto os povos ciganos e dar voz às suas reivindicações.
Para Santos, os ciganos enfrentam diversos cenários de vida no Brasil, desde o nomadismo até a territorialização, vivendo em ranchos, lona e à beira de estradas, em situações de vulnerabilidade e insegurança alimentar. Além disso, muitas comunidades sofrem com a discriminação e o preconceito, tanto social quanto cultural, o que gera uma necessidade de políticas públicas e proteção para essas pessoas.
A invisibilidade dos povos ciganos também é destacada como uma forma de autoproteção, causada pelas perseguições enfrentadas ao longo da história. O estigma de ser cigano faz com que muitas pessoas evitem o cadastro único brasileiro para benefícios sociais, criando um desafio para o governo na identificação e localização dessas comunidades.
Diante desse cenário, o secretário avalia que é necessário compreender o processo de diálogo com esses povos e reconhecer a dívida do Brasil com as pessoas ciganas. A intenção é lançar uma política nacional para os povos ciganos no Dia Nacional do Povo Cigano, reconhecendo a importância de dar visibilidade e voz a essa comunidade historicamente marginalizada.