De acordo com informações divulgadas, em pouco mais de 30 anos, a despesa previdenciária da União aumentou significativamente, passando de 19,2% dos gastos totais para 51,8%. Esse crescimento exponencial tem gerado preocupação entre especialistas e autoridades, indicando a urgência de ações para reverter esse quadro.
Paralelamente, o gasto discricionário do governo federal experimentou uma drástica redução, passando de 33,7% do total para apenas 3,1%. Os investimentos, especialmente em infraestrutura, foram duramente afetados, com uma queda de 16% para 2,2%. Essa retração do investimento público tem gerado impactos negativos no setor privado e contribuído para uma desaceleração no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
O montante do déficit na Previdência pública chega a assustadores R$ 6 trilhões, o que equivale a 93% do total da dívida líquida do setor público, estimada em R$ 6,4 trilhões. Esse desequilíbrio nas contas previdenciárias tem sido agravado ao longo dos anos, com taxas médias de crescimento anual de 12,5% nos municípios, 5,9% nos estados e 3,1% na União.
A reforma da Previdência de 2019 foi uma tentativa de conter esse desequilíbrio, porém, deixou de incluir estados e municípios nas novas regras. Apesar disso, a norma permitiu que essas instituições aprovassem posteriormente, de forma separada, a adoção dos novos mecanismos em suas câmaras e assembleias locais. No entanto, até o momento, apenas 732 dos 2.146 municípios e estados que possuem regimes próprios de Previdência adotaram ao menos 80% das regras fixadas na reforma.
Diante desse cenário preocupante, a necessidade de ações efetivas e urgentes para conter o déficit previdenciário se torna cada vez mais evidente, visando garantir a sustentabilidade das contas públicas e estimular o aumento dos investimentos no país.