O fechamento da Feira de Acari foi determinado com base em um decreto publicado na terça-feira (23) pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes. No decreto, o prefeito se baseou em um relatório de inteligência produzido pela Seop que comprova diversas irregularidades do local de comercialização, incluindo material com origem em roubos de cargas, contrabando e sem procedência comprovada, além da ocupação irregular de área pública.
Segundo a Seop, no documento constatou-se a venda ilegal de eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, remédios, além de animais silvestres, alimentos sem o devido acondicionamento, bem como roupas de lojas de departamento com preço pela metade do que constava nas etiquetas.
A ação deste domingo contou com a presença de 160 agentes da Secretaria de Ordem Pública e da Guarda Municipal, que impediram a realização da feira e proibiram outras irregularidades da região, como estacionamento irregular. Para garantir a segurança dos agentes municipais, a Polícia Militar atuou com policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), 41º BPM (Irajá), Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), devido à influência do crime organizado armado na região.
O secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, afirmou que a operação é uma ocupação preventiva do local onde costuma funcionar a feira, que é proibida e ilegal. Ele destacou que, por meio de mapeamento do núcleo de inteligência da Seop, foi identificada a venda irregular de produtos oriundos de roubo de cargas, fato que foi informado à polícia.
Além disso, os agentes da Seop demoliram estruturas fixas com cobertura que ocupavam a calçada irregularmente, além de mais sete estruturas precárias que serviam como moradia embaixo do viaduto do local. Também foram feitas notificações e cortadas ligações clandestinas de luz e água.
Durante a operação, cinco veículos, entre eles duas motos, foram removidos por circularem na passarela do metrô Acari Fazenda Botafogo, e um homem foi preso por estar com moto roubada, enquanto outro cidadão foi detido por evadir do sistema com mandado de prisão por tráfico e roubo.
O coronel Luiz Henrique Pires, secretário de Estado da Polícia Militar, ressaltou a importância da integração de órgãos públicos para impedir a continuidade de crimes no local. Ele destacou a integração dos órgãos públicos, o ordenamento e a repressão ao roubo de carga como fatores importantes no processo de melhoria da segurança pública.
Marcus Amim, secretário de Estado de Polícia Civil, também destacou a relevância da integração, afirmando ser importante ratificar a parceria do governo do estado com a prefeitura com o objetivo de controlar, prevenir e fiscalizar qualquer tipo de ilegalidade.
A Polícia Civil empregou cerca de 50 agentes de delegacias distritais e especializadas, além de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, e possui investigações em andamento para apurar a origem das mercadorias e a relação do comércio local com organizações criminosas.
Pela primeira vez, os agentes da Guarda Municipal do Rio utilizaram, em uma operação, os coletes à prova de bala que foram entregues esta semana à corporação. Além disso, integrantes das concessionárias Águas do Rio e Light, das secretarias de Proteção e Defesa dos Animais e de Assistência Social e da Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz) também atuaram na operação.