Diferente do que muitos podem imaginar, a empresa garantiu que o Chapter 11, tipo de recuperação judicial nos EUA, não afetará as operações da companhia. O CEO da Gol, Celso Ferrer, assegurou que não haverá redução de operações, frotas, rotas ou demissões de funcionários. Em comunicado, a empresa afirmou que os clientes poderão continuar organizando viagens e voando pela companhia normalmente, acumulando milhas e utilizando o programa Smiles.
Além disso, a Gol está costurando um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões, sujeito à aprovação judicial, que deve fortalecer o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Ferrer acredita que o processo da Gol será mais rápido e substancialmente mais fácil que o da LATAM e da Avianca colombiana, que ficaram cerca de dois anos em reorganização de seus passivos.
Em relação à dívida, a Gol tinha cerca de R$ 20 bilhões no fim de setembro, sendo R$ 9,3 bilhões em títulos de dívida e R$ 9,8 bilhões com os arrendadores das aeronaves. A empresa também está negociando com os 25 lessores para lidar com o endividamento.
Segundo Ferrer, a decisão de solicitar a recuperação judicial nos EUA, e não no Brasil, se deve ao fato de que muitos arrendadores de aeronaves são originários dos EUA. Além disso, o Chapter 11 permite algumas proteções maiores para o devedor. A companhia ainda espera sair desse processo com a estrutura correta para se posicionar para o crescimento no futuro.
Essa notícia chega em um momento crucial para a empresa, que também está lidando com problemas envolvendo a Boeing, fabricante de toda a sua frota. Apesar da incerteza, a Gol está otimista em relação ao futuro, visto que a taxa de ocupação atingiu 82,7% em dezembro de 2023, um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa decisão pode ser um marco importante para a Gol, que busca reestruturar suas dívidas e garantir sua posição no mercado aéreo brasileiro. A empresa está confiante em sair mais forte desse processo e continuar oferecendo os melhores serviços para os clientes.