Segundo o advogado responsável pela ação, o rapaz foi mantido com os pés e mãos amarrados por mais de três horas, em uma situação que remeteu às imagens degradantes da época da escravatura, de acordo com depoimento de uma testemunha. As agressões contra Robson Rodrigo Francisco tiveram início após sua recusa em sentar-se.
Imagens das câmeras corporais dos policiais militares e do sistema de segurança de um prédio revelam que o suspeito já estava algemado quando foi amarrado por cordas. Os vídeos mostram um dos policiais apertando as amarrações, deixando mãos e pés bem juntos, atrás do corpo do rapaz, na altura do quadril.
Com base nessas imagens, o advogado enfatizou que não houve qualquer agressão por parte de Robson que pudesse desencadear tal conduta dos agentes. A ação aponta que o tratamento dado pelos policiais foi desumano e degradante, resultando numa violação da integridade física e moral do rapaz.
A diretora executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Marina Dias, afirmou que a ação indenizatória é pertinente. Ela destacou que é necessário responsabilizar o estado por situações de violência praticadas pela polícia. Marina ressaltou também que a abordagem policial deve ocorrer respeitando os limites da Constituição Federal e que o abuso de autoridade não deve ser tolerado.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que os policiais envolvidos na ocorrência retornaram às atividades de policiamento ostensivo após passarem por avaliação psicológica e que o caso foi investigado por meio de Inquérito Policial Militar.
Em junho do ano passado, o então suspeito foi amarrado durante a abordagem que resultou em sua prisão por furto. Atualmente em liberdade provisória, o rapaz ainda aguarda a definição de uma data para a próxima audiência na Justiça.
O caso de abordagem policial violenta gerou repercussão, especialmente pela forma como o rapaz foi tratado pelos policiais. Advogados de entidades de direitos humanos avaliaram que a conduta dos policiais durante a prisão de Robson não foi aceitável e foi comparada ao período da escravização e barbárie.
