Os ministros das Relações Exteriores dos dois países irão participar da nova rodada de diálogo sob mediação do governo brasileiro, representado pelo chanceler Mauro Vieira, e dos governos de São Vicente e Granadinas e Dominica, países que estão liderando as negociações. Desde o início da crise, os três países têm sido os principais interlocutores na busca por uma solução pacífica.
Em dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, assinaram uma declaração conjunta comprometendo-se a não utilizar a força um contra o outro na disputa pelo território. O documento foi assinado durante uma reunião mediada pelo primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, e teve a presença do assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim.
No final do ano passado, a Venezuela realizou uma consulta popular que aprovou a incorporação de Essequibo, uma região disputada há mais de um século, que representa quase 75% do território da Guiana. O governo venezuelano também autorizou a exploração de recursos naturais na região e nomeou um governador militar para a área, o que aumentou as tensões entre os países.
Diante desse cenário, o governo brasileiro reforçou as tropas militares em Roraima, que faz fronteira com os dois países, e defendeu a resolução da controvérsia por meio de um diálogo mediado. O Brasil é o único país que faz fronteira simultânea com Guiana e Venezuela, e um eventual conflito militar poderia ameaçar parte do território brasileiro em Roraima.
O encontro no Palácio do Itamaraty é aguardado com expectativa, já que pode representar um avanço na resolução do conflito e na busca por uma solução pacífica para a disputa territorial entre os países sul-americanos. A comunidade internacional também está atenta aos desdobramentos dessas negociações, dada a relevância da região e a possibilidade de um conflito armado afetar a estabilidade na América do Sul.