A obra, publicada pela Editora Terra Sem Amos, aborda questões relacionadas a gênero, sexualidade, marcos normativos voltados para a população LGBTI+, visões das adolescências e o sistema de proteção social para adolescentes no Brasil. Com foco nas adolescências trans e travestis em cumprimento de medidas privativas de liberdade no estado do Maranhão, o livro promete ser uma importante contribuição para o debate sobre temas relacionados à população LGBTQIA+.
O lançamento de “Rios não recomendados” coincide com o mês da Visibilidade Trans, com o Dia Nacional a ser celebrado no próximo dia 29 de janeiro, demonstrando o compromisso da autora em trazer à tona temas relevantes para a comunidade trans e travesti. Aqueles interessados em adquirir o livro podem entrar em contato diretamente pelo perfil do Instagram da autora: @liviaaldut, pelo link www.instagram.com/liviaaldut.
A obra é resultado da dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A pesquisa analisa o atendimento realizado no Centro Socioeducativo Florescer, da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), levando em consideração a inserção das socioeducandas em uma sociedade cis-heteronormativa e heterossexual. Além disso, a autora realizou a pesquisa entre os anos de 2021 e 2023, revelando os desafios e dificuldades enfrentados por jovens que se percebem fora dos padrões socialmente construídos.
O título da obra tem relação com os pseudônimos utilizados para preservar o anonimato dos colaboradores da pesquisa, sendo que as adolescências trans e travestis foram nomeadas com o nome de rios, como Araguaia, Preguiças, e Amazonas, enquanto os servidores da equipe do Florescer receberam nomes de estados que perpassam esses rios, tais como Maranhão, Bahia e Roraima.
Livia Almeida Dutra destaca a importância de discutir os desafios enfrentados pela população trans e travesti e a urgência de políticas públicas que assegurem a proteção social e o respeito às vivências desse grupo. A autora ressalta a necessidade de investimentos em capacitação continuada nos órgãos que compõem o Sistema Socioeducativo, a fim de garantir uma atuação que respeite a diversidade de gênero e sexualidade.
Quanto à autora, Lívia Almeida Dutra é assistente social, mestra em políticas públicas pelo Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas pela UFMA, e autora do livro “Rios não recomendados: atendimento socioeducativo de meninas trans e travestis em cumprimento de medidas privativas de liberdade no Maranhão”. Sua obra reflete a inquietude pessoal e profissional diante da escassez de debates teóricos sobre a temática das sexualidades e identidades de gênero nas adolescências, em especial aquelas em cumprimento de medidas privativas de liberdade.
A escolha do nome do livro e a pesquisa realizada pela autora certamente contribuirão para ampliar o debate em torno das dificuldades e desafios enfrentados pela população trans e travesti, além de dar voz àqueles que muitas vezes são silenciados e invisibilizados pela sociedade. “Rios não recomendados” representa, portanto, um importante marco na luta por direitos e pela inclusão de todas as identidades de gênero e sexualidade.
