Com a decisão, a Polícia Federal (PF) terá mais 90 dias para concluir as investigações, atendendo ao pedido dos delegados responsáveis pelo caso. Esta não é a primeira vez que o ministro prorroga o inquérito, em setembro do ano passado, Moraes já havia estendido o prazo pelo mesmo período.
O inquérito foi aberto no Supremo por determinação de Alexandre de Moraes devido aos “fortes indícios” da atuação de uma organização criminosa para atentar contra a democracia e o estado democrático de direito. Além disso, em outubro de 2023, Moraes incluiu o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 janeiro nas investigações. O relatório, que marcou o fim dos trabalhos da comissão, indiciou 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O material investigativo contém 1,3 mil páginas e 7 terabytes de arquivos digitais, incluindo imagens, vídeos e diversos documentos que embasaram os indiciamentos. Tamanha quantidade de evidências indica a complexidade e abrangência das atividades da milícia digital que está sendo investigada.
A prorrogação do inquérito demonstra a seriedade do caso e a necessidade de aprofundar as investigações diante da gravidade das acusações. A atuação das milícias digitais para disseminar desinformação e atacar as instituições democráticas é uma ameaça à democracia e ao estado de direito, e, portanto, exige uma resposta efetiva das autoridades competentes.
A decisão do ministro Moraes reforça o compromisso do STF e da PF em combater a disseminação de notícias falsas e a manipulação da opinião pública, além de enviar um sinal claro de que atentar contra a democracia e as instituições do país não ficará impune. A prorrogação do inquérito reitera a importância de investigar e responsabilizar os envolvidos na atuação das milícias digitais, visando a preservação da ordem democrática e o respeito às instituições brasileiras.