Além dessas doses, o Ministério da Saúde também receberá mais 600 mil doses gratuitas da fabricante, totalizando 1,32 milhão de doses disponíveis para a população. Além disso, o governo comprou mais 5,2 milhões de doses que serão entregues gradualmente até novembro deste ano.
A capacidade total disponível no laboratório para este ano é de 6,52 milhões de doses. No entanto, devido à limitada capacidade de produção, apenas pouco mais de 3,2 milhões de pessoas poderão ser vacinadas até o final deste ano. Isso porque o esquema vacinal requer a aplicação de duas doses, com um intervalo mínimo de 90 dias entre elas.
A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro, com o público-alvo inicial sendo crianças e adolescentes com idades entre 10 a 14 anos. Essa faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, com exceção de pessoas idosas, para as quais a vacina ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Diante da limitada capacidade de produção do laboratório, o Ministério da Saúde estabeleceu em conjunto com os conselhos das Secretarias de Saúde dos estados e municípios os critérios para a distribuição das doses. As vacinas serão destinadas a municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior do que 100 mil habitantes.
Nos próximos dias, o Ministério da Saúde detalhará a lista dos municípios e a estratégia de vacinação. De acordo com a pasta, as doses recebidas passarão pelo processo de liberação da Alfândega e da Anvisa, em seguida sendo enviadas para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. O Ministério da Saúde pediu prioridade nessas etapas para que o desembaraço seja concluído ao longo da próxima semana.
O Brasil é o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público universal, após a incorporação da vacina em dezembro de 2023 pelo Ministério da Saúde. A vacina japonesa, aprovada pela Anvisa em março do ano passado, está disponível em clínicas privadas desde julho.
Por ser feita com vírus enfraquecido, a vacina é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com algum tipo de imunodeficiência ou sob algum tratamento imunossupressor. A Anvisa ainda não aprovou a aplicação em idosos, que poderiam desenvolver a doença por terem imunidade mais baixa. A vacina teve eficácia de 80,2% contra dengue, com período de proteção de 12 meses após o recebimento da segunda aplicação.
Esse avanço na imunização contra a dengue traz esperança para a população brasileira, especialmente nas áreas onde a doença é mais prevalente. A vacinação em massa pode ser um importante passo na prevenção de casos graves e na redução da incidência da dengue no país.