A cooperação entre policiais do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO) e a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), juntamente com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Piauí (Ficco/PI), a Força Tática daquele estado e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi crucial para localizar e prender o suspeito na cidade de Luís Correia, no Piauí.
A prisão aconteceu pouco mais de 24 horas após a deflagração da Operação Orlov, que resultou no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e na apreensão de armamentos, munições e veículos utilizados no comércio ilegal de armas de fogo. Além disso, outros três envolvidos também foram presos em flagrante durante a operação.
Segundo informações da polícia, o indivíduo preso foi abordado enquanto passeava na cidade do litoral piauiense em um automóvel de luxo, e após a prisão, ele foi encaminhado para a Central de Flagrantes, em Parnaíba (PI), onde teve cumprimento o mandado de prisão expedido pela justiça do Maranhão.
A Operação Orlov foi deflagrada para desarticular uma associação criminosa responsável por crimes de comércio ilegal de armas de fogo no Maranhão, com impacto em outros estados da federação. As investigações inicialmente partiram da prisão em flagrante de um dos participantes do esquema, ocorrida no dia 5 de maio de 2023, em São Luís, onde o traficante portava uma pistola Glock registrada no nome de um laranja residente em São Paulo, e estava em posse de um Audi azul avaliado em R$ 500 mil.
Durante as investigações, coordenadas pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO/SEIC), foi identificado que dois militares do Exército Brasileiro adquiriam armas de fogo legalmente e em seguida as passavam para laranjas que as vendiam no mercado paralelo para criminosos. Foi identificado que ao menos 17 armas foram comercializadas ilegalmente pelos alvos da operação, além da existência de empresas fantasmas controladas por um militar.
No total, cinco pessoas foram presas durante a operação, incluindo os dois militares do Exército e um conhecido advogado de São Luís. Além das prisões, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão domiciliares resultando na apreensão de 14 armas de fogo, provas documentais, aparelhos celulares, munições e três veículos, além do sequestro de R$ 350 mil em valores relacionados à organização criminosa.
O Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Norte e da 8ª Região Militar, acompanhou e colaborou com a investigação envolvendo os militares alvos da operação. A Operação Orlov recebeu o apoio operacional de equipes da SENARC, SPCC, SPCI, SHPP e SECCOR, além das Polícias Civis dos estados do Ceará e São Paulo.
Durante uma coletiva com a imprensa, o delegado Thiago Dantas, que preside a operação, detalhou que o esquema criminoso envolvia militares do Exército que adquiriam armas de fogo legalmente para repassá-las a laranjas que posteriormente as vendiam no mercado clandestino.
Essa investigação teve início em maio de 2023 a partir da apreensão de uma arma de fogo que foi pega com um traficante em São Luís. Após as consultas verificou-se que a arma estava registrada em nome de um indivíduo do Estado de São Paulo, que estava sendo usado como laranja, possuía arma de fogo em São Luís e que seu registro de atirador esportivo em São Luís era falso.
Durante as buscas à empresa foi verificada que se tratava de uma fachada usada para disfarçar o esquema criminoso. Conforme as investigações, os militares do Exército trabalhavam no setor responsável pelo registro de armas, adquirindo o armamento de forma legal, porém passavam em seguida para nomes de laranjas que vendiam pelo dobro do preço para o mercado clandestino.
Até o momento, a polícia já identificou pelo menos 17 armas possivelmente comercializadas ilegalmente pelos alvos da operação, além da existência de empresas fantasmas controladas por um militar, onde eram vendidas pistolas, revólveres, fuzis e carabinas.
Em relação aos mandados de busca e apreensão, foram cumpridos 27 em endereços localizados em diversas cidades do Maranhão, Ceará, São Paulo, Piauí, Bahia e Pará. Como resultado dessas ações, foram apreendidos diversos itens e valores relacionados ao esquema criminoso.
Essa operação demonstrou a importância da atuação conjunta das forças policiais e o empenho da polícia civil na desarticulação de organizações criminosas que operam de forma transnacional. As investigações continuam com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos e garantir a segurança da população.
