Segundo relatos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), duas pessoas foram espancadas, uma teve o braço quebrado e outras precisaram ser hospitalizadas, embora sem gravidade. Dois fazendeiros foram presos por porte ilegal de arma em meio a esse cenário de violência. Toda essa situação ocorreu após os indígenas retomarem uma fazenda como parte do território Caramuru.
A ação dos indígenas desencadeou uma mobilização dos ruralistas da região, que se organizaram por meio de grupos de WhatsApp e cercaram os nativos, chegando ao local com dezenas de caminhonetes. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um dos integrantes do grupo dos ruralistas comemorando a ação violenta enquanto um dos indígenas feridos está no chão. A Apib também denunciou a participação de policiais nesta violência contra os indígenas.
A Apib critica a intransigência dos invasores e alega que a região enfrenta desmandos de fazendeiros invasores que questionam a legitimidade indígena e se sentem autorizados a praticar todo tipo de violência contra as pessoas. A organização também defende a demarcação das terras indígenas como único caminho para amenizar a escalada de violência que atinge os povos da região sul da Bahia.
A Agência Brasil buscou contato com o Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar da Bahia, porém não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
O trágico episódio de hoje coloca em evidência a crescente tensão entre indígenas e ruralistas na região sul da Bahia, deixando mais uma vida perdida e a comunidade em luto. A violência e o desrespeito aos povos tradicionais demonstram a urgência de políticas de proteção e demarcação de territórios indígenas.