O monitoramento das queimadas foi realizado por meio da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas, e revelou que o pico das queimadas ocorreu nos meses de setembro e outubro, atingindo um total de 4 milhões de hectares. A situação se agravou em dezembro, quando 1,6 milhão de hectares foram queimados, marcando o maior número para esse mês desde 2019.
De acordo com especialistas, o El Niño desempenhou um papel crucial no aumento dos incêndios na Amazônia, devido ao seu impacto no aumento das temperaturas e na redução da umidade na região, criando condições propícias para a propagação do fogo. A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, ressaltou que o El Niño foi um dos principais fatores para o crescimento das queimadas.
Apesar do aumento alarmante, houve uma redução de mais de 50% no desmatamento, o que contribuiu para diminuir uma das principais fontes de ignição, evitando um impacto ainda maior das queimadas na região.
Os biomas mais afetados pelas queimadas foram a Amazônia, que registrou um aumento de 463% na comparação com o ano anterior, seguido pelo Pantanal e o Cerrado. A unidade federativa mais afetada foi o Pará, com 658.462 hectares consumidos pelo fogo, um aumento de 572% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Quanto ao uso e à cobertura da terra, as pastagens foram as mais afetadas, correspondendo a 28% da área queimada, seguidas por vegetações nativas de formação campestre e savânica, com 19% e 18%, respectivamente.
Em resumo, os dados revelam um cenário preocupante com relação às queimadas no Brasil em 2023, principalmente na região amazônica, destacando a importância de medidas urgentes para lidar com esse problema e proteger os ecossistemas afetados.