De acordo com registros da Força Aérea Brasileira (FAB), Bolsonaro voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não realizou nenhum outro voo até pelo menos 22 de julho de 2021. Além disso, depoimentos de funcionários da UBS e documentos comprovaram que a enfermeira indicada no cartão de vacinação não trabalhava mais na unidade de saúde na data em questão, e os registros físicos da UBS não apontaram a presença de Bolsonaro no local.
A CGU concluiu que a fraude ocorreu no sistema estadual, uma vez que todos os funcionários da UBS compartilhavam o mesmo login e senha do sistema VaciVida, mantido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. A Controladoria recomendou o arquivamento do caso, mas enviará os resultados das investigações às autoridades do estado e do município de São Paulo para as devidas providências.
Além do caso em São Paulo, houve outros dois registros de vacinação contra a Covid-19 atribuídos a Bolsonaro, mas que foram cancelados anteriormente à investigação da CGU. Esses registros, que teriam ocorrido em Duque de Caxias (RJ), levaram à Operação Venire da Polícia Federal, que resultou na prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.
A investigação da CGU também verificou a segurança do sistema mantido pelo Ministério da Saúde para recebimento das informações enviadas pelos estados e municípios, e não encontrou suspeitas de que servidores públicos federais tenham alterado os dados.
A defesa de Bolsonaro, em resposta às suspeitas de envolvimento do ex-presidente nos casos de fraude, afirmou que não havia provas suficientes de seu envolvimento direto, e Bolsonaro, em depoimento à Polícia Federal, negou ter orientado subordinados a mudar seus registros de vacinação. A CGU, por sua vez, continuará acompanhando o desdobramento do caso.