Durante a reunião, Lula destacou que o Brasil e o Paraguai têm divergências em relação ao valor da tarifa da Itaipu, no entanto, ambos os países estão dispostos a encontrar uma solução conjunta. Ele ainda declarou o interesse em resolver o problema o mais rápido possível para apresentar uma solução definitiva para as relações entre o Paraguai e o Brasil na gestão de Itaipu.
O governo brasileiro havia anunciado anteriormente um valor de US$ 16,71 por quilowatt para a tarifa da energia de Itaipu, porém, Peña, que foi eleito presidente pouco tempo depois, se posicionou a favor de um aumento no preço da energia vendida ao Brasil.
A revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu está em andamento, pois, após a quitação da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica no Rio Paraná, a documentação poderá ser revista. A usina, que é uma das maiores do mundo, gera energia que é consumida pelo Paraguai e revendida ao Brasil, o que aumenta o interesse dos vizinhos em aumentar o valor cobrado pela tarifa.
Santiago Peña enfatizou que a conversa foi “sincera, aberta e construtiva” e compartilhou que as posições de ambos os países foram discutidas durante a reunião com Lula.
Além disso, durante a declaração à imprensa, Lula mencionou um convite feito a Santiago Peña para uma visita conjunta dos dois a Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, onde está sendo construída uma nova ponte de integração binacional entre os dois países. A obra, que teve início no fim do ano passado, está em andamento e tem previsão de término em 26 meses, sendo realizado um investimento de R$ 472,4 milhões.
No geral, a reunião entre Lula e Peña demonstrou a disposição de ambos os países em encontrar uma solução para as divergências em relação à tarifa de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, além de fortalecer a integração e cooperação entre o Brasil e o Paraguai em outros projetos de infraestrutura.