A nomeação de Gabriel Attal não deve resultar em mudanças políticas significativas, mas simboliza a tentativa de Macron de superar as impopulares reformas da previdência e de imigração do ano passado, além de melhorar as chances de seu partido de centro nas eleições da União Europeia. Pesquisas de opinião indicam que a ala de Macron está atualmente atrás do partido liderado por Marine Le Pen, da extrema-direita, por cerca de oito a dez pontos percentuais.
Gabriel Attal é descrito como um aliado próximo de Macron e conquistou popularidade por suas atuações como porta-voz do governo durante a pandemia da COVID-19. Ele substituirá a primeira-ministra Elisabeth Borne e se tornará o primeiro-ministro mais jovem da França, além de ser o primeiro a se declarar abertamente gay.
Macron expressou confiança em Attal, afirmando que conta com sua energia e empenho para implementar o projeto de revitalização anunciado pelo presidente. Attal é visto como um ministro atuante e mostrou-se à vontade em programas de rádio e no Parlamento. Segundo o deputado Patrick Vignal, que pertence ao partido de Macron, Attal é comparável a Macron no momento em que assumiu o cargo pela primeira vez, sendo uma figura popular entre os eleitores.
Apesar das expectativas positivas em relação à nomeação de Attal, líderes da oposição expressaram ceticismo quanto à possibilidade de mudanças significativas com a troca de primeiro-ministro. Olivier Faure, do Partido Socialista, afirmou que, independentemente de quem estiver no cargo, as políticas adotadas continuarão as mesmas.
Macron enfrenta desafios para lidar com um Parlamento mais turbulento desde que perdeu a maioria absoluta logo após sua reeleição em 2022. A mudança no cargo de primeiro-ministro é vista como uma tentativa de trazer um novo fôlego ao governo, mas a incerteza permanece sobre a eficácia dessa medida.
Em resumo, a nomeação de Gabriel Attal como primeiro-ministro da França representa uma tentativa de Macron de reavivar seu governo e aumentar as chances de seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu. A escolha de Attal, um aliado próximo do presidente e figura popular, reflete a estratégia de Macron para tentar superar desafios políticos e impulsionar seu segundo mandato.