Além da condenação à prisão, o delegado também foi sentenciado à perda do cargo público, o que resultará em sua demissão da Polícia Civil. A sentença foi assinada pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio, na quinta-feira passada.
As acusações que recaem sobre Maurício Demétrio resultaram na deflagração da Operação Carta de Corso em 2021, conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Durante a operação, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão. As investigações revelaram um esquema liderado pelo delegado que envolvia a cobrança de propinas de lojistas da Rua Teresa, um polo comercial têxtil em Petrópolis. Os lojistas que se recusavam a pagar as propinas exigidas eram alvos de diligências policiais baseadas em provas e laudos forjados.
Os desdobramentos da Operação Carta de Corso em 2022 resultaram na prisão do ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski, acusado de colaborar com as operações fraudulentas organizadas por Maurício Demétrio. Segundo o MPRJ, inquéritos foram manipulados para atrapalhar investigações sobre os esquemas criminosos.
Na sentença, o juiz ressaltou que o delegado usou sua função e a estrutura da Polícia Civil para criar um plano complexo que envolvia a instauração de procedimentos fraudulentos contra diversas autoridades, incluindo outros delegados que o investigavam. O juiz também mencionou o alto padrão de vida do réu, incompatível com sua remuneração.
A condenação de Maurício Demétrio reflete a gravidade das acusações que recaem sobre ele e o impacto das ações fraudulentas empreendidas. A decisão judicial salienta a necessidade de responsabilização diante do dano causado à imagem e à integridade das autoridades atingidas pelas falsas acusações.