A queimação de palhinhas é parte do desmonte do presépio. O ritual consiste na queima das murtas, que são as palhinhas utilizadas para cobrir o presépio, a cada pedido silencioso feito pelo público presente. Após a queimação, a tradição pede a distribuição de doces e chocolate, proporcionando um momento de confraternização e amor entre a comunidade.
O antropólogo e pesquisador Sebastião Cardoso, que participa da tradição desde jovem, destaca a importância de manter viva essa prática tão significativa para as famílias e comunidades. Ele monta presépio em sua casa, participa da Queimação em lares e locais diversos, além de rezar a ladainha em latim no encerramento do ritual.
A tradição começa no dia 6 de janeiro, Dia de Reis, e se estende até o dia 2 de fevereiro, Dia da Apresentação do Senhor e Dia de Nossa Senhora do Bom Parto. Sebastião lamenta a falta da participação dos órgãos oficiais nesses rituais, que eram realizados em instituições culturais e artísticas. No entanto, a tradição continua forte nos lares e igrejas, demonstrando a devoção das pessoas por essa prática.
Para Antônio Augusto Carvalho Ferraz, a montagem do presépio é uma promessa que ele mantém desde jovem, demonstrando sua devoção e amor por essa tradição. Ele espera que a família dê continuidade a esse ritual, que se mantém vivo há 45 anos em sua casa.
Além dos lares, diversos locais também realizam a Queimação de Palhinhas, como as igrejas dos Remédios, de São João, de Nossa Senhora Rosário dos Pretos, Santa Paulina, São Pantaleão e Santo Antônio. O encerramento do ciclo natalino com a tradicional Festa de Reisado retrata a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus e é uma prática presente em diversas comunidades tradicionais.
No Maranhão, a montagem do presépio é feita com materiais rústicos, como madeira, pedra, palha e areia, ressaltando a simplicidade e a essência da comemoração. A Queimação de Palhinhas é um momento de agradecimento, reflexão e esperança, em que as pessoas manifestam seus pedidos e agradecimentos. Essa tradição, transmitida de geração em geração, faz parte da identidade cultural e religiosa da região.