A gestão inadequada dos resíduos representa uma ameaça ambiental e à saúde humana, e requer um aumento significativo nos investimentos por parte dos países, a fim de lidar com o aumento dos resíduos. No entanto, é importante ressaltar que o setor de gestão de resíduos também pode contribuir de forma positiva para o futuro do planeta.
Segundo o estudo da Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o setor de gestão de resíduos pode contribuir para a produção de energia e combustíveis verdes e renováveis, a mitigação das mudanças climáticas, e a geração de emprego e renda. Uma das alternativas apontadas para o reaproveitamento de materiais é a reciclagem.
O advogado e consultor em gestão de resíduos e economia circular, Fabrício Soler, ressalta a importância da atuação conjunta dos setores público e privado para potencializar a coleta de resíduos por meio da chamada logística reversa. Enquanto a frente pública implementa o sistema de coleta seletiva, a iniciativa privada investe em sistemas de retorno dos materiais.
No Brasil, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), revelou que o país gerou cerca de 81,8 milhões de toneladas de resíduos em 2022, com uma média de 1,043kg de resíduos por dia para cada brasileiro.
Além disso, a tributação ao setor de reciclagem é apontada como um dos principais problemas para o desenvolvimento do setor. O projeto de lei 4035/2021, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê incentivos fiscais à cadeia produtiva de reciclagem, visando a proteção do meio ambiente, a formalização do setor e o estímulo econômico. A aprovação do projeto pode gerar um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão.
Diante desse cenário, a preocupação com a geração de resíduos sólidos e as possíveis soluções para lidar com esse problema se tornam cada vez mais urgentes e necessárias, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.