Além disso, no próximo ano será realizada a vacinação de pessoas com mais de cinco anos que não pertencem aos grupos prioritários e que não foram vacinadas anteriormente ou receberam apenas uma dose. Essas pessoas poderão iniciar ou completar o esquema primário, que consiste em duas doses com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.
Para as crianças, a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda dose aos sete meses e a terceira dose aos nove meses. No entanto, todas as crianças de seis meses a menores de cinco anos não vacinadas ou com doses em atraso poderão completar o esquema de três doses, seguindo o intervalo recomendado de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira. Crianças que já receberam três doses de vacinas contra a Covid-19 não precisarão de doses adicionais.
A Covid-19 é uma importante causa de infecção respiratória grave e morte em crianças com menos de cinco anos. Até novembro de 2023, foram registrados 5.310 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e 135 óbitos nessa faixa etária. A doença também pode provocar uma condição grave conhecida como Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), com 2.103 casos notificados desde o início da pandemia, resultando em 142 mortes entre crianças.
Nos grupos prioritários, o intervalo entre as doses será de seis meses para pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas e indivíduos imunocomprometidos. Para os demais públicos, o intervalo será anual. As recomendações do Ministério da Saúde para definir os grupos prioritários foram baseadas nas recomendações do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da Organização Mundial de Saúde (SAGE/OMS), levando em consideração a realidade brasileira.
O Ministério da Saúde também afirmou que as vacinas atualmente em uso pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) continuam a oferecer proteção contra as formas graves da doença. Antes mesmo da aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do registro da vacina monovalente atualizada para a variante XBB 1.5, o Ministério da Saúde já havia iniciado o processo de aquisição para 2024, com a previsão de fornecimento das versões mais atualizadas dos imunizantes contra Covid-19.
No entanto, é importante ressaltar que, mesmo com a disponibilidade das vacinas, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir está disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo. Este medicamento é indicado apenas para pessoas com mais de 65 anos e pacientes imunossuprimidos com mais de 18 anos. A medida que ocorram aprovações regulatórias de novas vacinas, as recomendações e os esquemas poderão ser atualizados para garantir a proteção da população.