De acordo com Daniel Santini, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), o aumento no número de cidades com tarifa zero reflete uma tendência clara de expansão dessa política no país. Ele destaca que há um efeito contágio, no qual uma cidade que adota o sistema influencia outras ao redor, resultando em uma multiplicação de experiências positivas.
Os dados revelam que São Paulo é o estado com o maior número de municípios com tarifa zero, seguido por Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Além disso, em 2023, a implementação do Passe Livre foi liderada por São Paulo, com dez municípios adotando o sistema, seguido por Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Rondônia.
A queda acentuada no número de passageiros do transporte público e a crise no sistema de financiamento baseado na cobrança de passagens são fatores que contribuíram para a expansão do Passe Livre. O modelo de financiamento tradicional, que depende da receita das catracas, tem se mostrado insustentável diante da redução do número de passageiros. A consequência disso é a necessidade de aumentar o valor da passagem, o que, por sua vez, leva à redução ainda maior no número de passageiros.
A implementação da tarifa zero tem sido vista como uma alternativa viável, uma vez que combina aspectos sociais e ambientais, proporcionando maior acesso ao transporte público e reduzindo as barreiras financeiras para a população. A perspectiva é de que cidades mais populosas também adotem o sistema gratuito, contribuindo para a inclusão e redução das desigualdades sociais.
Em São Paulo, a maior cidade do país, foi iniciado o Programa Domingão Tarifa Zero, que oferece passe livre no transporte de ônibus aos domingos e feriados. Os dados da prefeitura indicam um crescimento significativo no número de passageiros que utilizaram o sistema, demonstrando o impacto positivo da medida.
A implementação da tarifa zero no transporte público tem sido elogiada por especialistas, que a veem como um passo importante para promover a mobilidade urbana e reduzir as desigualdades sociais. Apesar dos desafios e da complexidade dos sistemas de transporte em cidades mais populosas, a tendência é de que mais municípios adotem o sistema gratuito no futuro, contribuindo para uma mobilidade mais equitativa e sustentável.