Essas foram as primeiras entre 33 homenagens que a universidade planeja promover por meio do projeto para estudantes que foram assassinados pela ditadura militar. O objetivo, segundo a instituição, é reparar as injustiças e honrar a memória dos ex-alunos.
Renato Cymbalista, coordenador da Diretoria de Direitos Humanos e Políticas de Memória, Justiça e Reparação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, destacou a importância de diplomar estudantes que foram assassinados na ditadura para reparar a dívida histórica que a universidade tem com esses estudantes. Segundo ele, muitos desses alunos se destacaram academicamente e politicamente, mas não puderam finalizar seus estudos devido à morte.
A USP criou em 2013 sua própria Comissão da Verdade para examinar e esclarecer as graves violações aos direitos humanos que foram praticadas contra docentes, alunos e funcionários da universidade durante a ditadura militar. O relatório final da comissão concluiu que a ditadura militar foi responsável pela morte de 39 alunos, seis professores e dois funcionários da universidade.
Além disso, a concessão do diploma honorífico a esses estudantes faz parte do caminho para a memória e a reparação desse período. No entanto, os familiares e amigos das vítimas da ditadura militar no Brasil prosseguem na luta por justiça e condenação. Renato Cymbalista ressalta que o Brasil não foi capaz de fazer justiça e condenar explicitamente os algozes da ditadura. Ao contrário do que aconteceu na Argentina, onde perpetradores foram para a cadeia e estão pagando por seus crimes.
Essas homenagens são fundamentais para relembrar os trágicos eventos da ditadura militar e manter viva a memória daqueles que deram suas vidas em busca da liberdade e da justiça.