Segundo o sheik, a vítima acionou a Polícia Militar, mas os agentes disseram que seria melhor que ela fosse a uma delegacia para prestar queixa, na segunda-feira, alegando que o atendimento em dia de semana seria melhor do que o de plantonistas. A agressão foi registrada no boletim de ocorrência como crime de lesão corporal e a identidade dos agressores não foi informada pela vítima.
Esta agressão acontece em um contexto de crescente violência contra a comunidade muçulmana, evidenciado pelo aumento de casos de islamofobia após o ataque organizado contra Israel pelo grupo Hamas. De acordo com o Relatório de Islamofobia no Brasil, desenvolvido pelo Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes (Gracias) da Universidade de São Paulo (USP), a arremetida do Hamas tem causado preocupação entre os muçulmanos, que temem um aumento da hostilidade contra eles. Para especialistas, a associação entre muçulmanos e atos de terrorismo se intensificou desde os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
O sheik Rodrigo Jalloul relata que além do caso da mulher agredida na garagem do prédio, outras situações de discriminação e preconceito contra muçulmanos têm aumentado, como insultos em locais públicos e mensagens agressivas nas redes sociais. A Secretaria da Segurança Pública confirmou que o caso foi registrado como lesão corporal pelo 4º DP de Mogi das Cruzes e que a vítima foi orientada quanto ao prazo para a representação criminal.
Diante desse contexto, é crucial que medidas sejam tomadas para combater a islamofobia e garantir a segurança e dignidade da comunidade muçulmana no Brasil. A intolerância religiosa e o preconceito não podem ser tolerados em uma sociedade democrática e plural. Ações concretas para promover a educação, o respeito e a empatia são fundamentais para construir uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.