Grandes transportadoras marítimas como a MSC (Itália/Suíça), Maersk (Dinamarca) ou a Hapag-Lloyd (Alemanha) anunciaram a suspensão temporária da navegação pelo Mar Vermelho. Além disso, a gigante petrolífera britânica BP também anunciou a suspensão de todo o trânsito no Mar Vermelho.
O desvio de uma das rotas de fornecimento mais importantes do mundo é suscetível de provocar atrasos no fornecimento e de aumentar os custos. Redirecionar os navios para outras rotas comerciais representa um aumento de tempo, custos de combustível e de seguro para o transporte marítimo.
Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel que os Houthis, movimento apoiado pelo Irã, declararam o seu apoio ao Hamas e têm como alvo dos ataques os navios que viajam para Israel. “A recente escalada de ataques imprudentes dos Houthis com origem no Iêmen ameaça o livre fluxo do comércio, põe em perigo marinheiros inocentes e viola o direito internacional”, afirmou o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin.
A rota do Mar Vermelho é considerada uma “autoestrada do mar” que liga o Mediterrâneo ao Oceano Índico e, consequentemente, a Europa à Ásia, sendo responsável por 12% do comércio mundial, segundo a Câmara Internacional do Transporte Marítimo (ICS, na sigla em inglês), sediada em Londres.
Como alternativa a essa rota fundamental, os navios deverão passar pelo Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, o que significa um aumento de “seis dias à viagem de um navio médio da Ásia para a Europa e poderia acrescentar entre US$ 300 mil e US$ 400 mil ao custo do combustível”.
A perturbação no comércio internacional marítimo levou os Estados Unidos a lançarem uma operação naval, apoiada por vários países, para proteger os navios na rota do Mar Vermelho. Apesar do anúncio da criação de uma nova aliança de proteção marítima feita pelos Estados Unidos, os rebeldes Houthis do Iêmen afirmaram que não vão parar os ataques contra os navios comerciais no Mar Vermelho.
Em solidariedade ao povo palestino, os rebeldes Houthis afirmam que seus ataques só cessarão “se Israel parar com os seus crimes e se os alimentos, os medicamentos e o combustível chegarem à população sitiada” na Faixa de Gaza. Para proteger Israel, os rebeldes consideram que “os povos da região têm o direito de apoiar o povo palestiniano tal como a América, que assumiu o direito de apoiar Israel”. A tensão nessa região é alta e os impactos desses ataques aos navios podem ser sentidos no comércio internacional e no preço do petróleo.