Neste julgamento, estão sendo julgados 12 policiais militares acusados de matar nove jovens durante uma operação realizada durante o Baile da DZ7, de funk, na favela de Paraisópolis. O episódio ficou conhecido como Massacre de Paraisópolis, ocorrido em 1º de dezembro de 2019.
Os manifestantes realizaram uma performance para simular como os jovens foram cercados pelos agentes na operação, demonstrando excessos e abusos de autoridade. Um dos discursos mais marcantes foi o de Cristina Quirino, mãe de uma das vítimas, que afirmou que a polícia deveria acabar diante da repetição de uma conduta que configura constantemente abusos de autoridade e atos de racismo.
Houve também relatos do relatório da Defensoria Pública de São Paulo, que mencionou a favela de Paraisópolis como sendo alvo dos policiais, reforçando a alegação de que a corporação planejava usar a violência em abordagens na comunidade.
Além dos familiares das vítimas, manifestantes também compartilharam suas histórias de abuso policial e seletividade penal que vitimiza negros e pobres no país, conectando a letalidade policial à violência praticada sistematicamente pela corporação.
A presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), Dimitri Sales, ressaltou a importância da audiência, afirmando que os familiares terão voz por meio de seus parentes. O momento é crucial para que a justiça seja feita e para que a memória das vítimas seja honrada.
O protesto se tornou uma voz forte na busca por justiça e na luta contra a violência policial que assola as comunidades negras e pobres do país. A expectativa é que o julgamento traga respostas e promova a responsabilização dos responsáveis pelo Massacre de Paraisópolis.