A Fitch Ratings argumenta que o rebaixamento se deve aos riscos ambientais e às novas reivindicações, prevendo que o fluxo de caixa da Braskem ficará negativo por um período maior do que o esperado, devido à exposição da empresa à desaceleração no setor petroquímico.
Recentemente, o Ministério Público Federal pediu o bloqueio de R$ 1 bilhão da empresa por descumprir uma ordem judicial relacionada à inclusão dos moradores do bairro Bom Parto no programa de realocação das vítimas. Além disso, a empresa foi multada em R$ 72 milhões por uma agência reguladora e o município de Maceió sinalizou que pode revisar o acordo já firmado em julho deste ano. Para piorar, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi instalada no Senado para investigar os danos ambientais causados pela empresa.
Diante desse cenário, a reportagem procurou a empresa Braskem para comentar o rebaixamento da nota de risco, mas ainda não obteve retorno. Uma equipe da Advocacia-Geral da União esteve em Maceió para tratar do caso Braskem e se reuniu com o governador, Paulo Dantas, para discutir as ações judiciais e os acordos já feitos com a empresa.
O governador de Alagoas e o advogado-geral da União, Jorge Messias, devem se reunir na próxima semana para discutir a reparação do patrimônio público, os danos socioambientais e a destinação das áreas afetadas pela extração do sal-gema.
Em resposta ao rebaixamento da nota, a Braskem reafirmou que 40 mil pessoas foram realocadas das áreas de risco em Maceió, de acordo com o mapa publicado em 2020 pela Defesa Civil. A empresa também ressaltou que 93% das indenizações a famílias e comerciantes foram pagas, totalizando mais de R$ 4 bilhões. Além disso, informou que o plano de fechamento dos poços em Maceió, aprovado pela Agência Nacional de Mineração, está 70% concluído.
Diante desses fatos, a Braskem enfrenta um cenário desafiador devido ao rebaixamento de sua nota de risco e às diversas questões judiciais e regulatórias em que está envolvida.