O Ipea destaca que o principal impacto inflacionário para as classes de renda mais baixas em novembro veio do grupo “alimentos e bebidas”, com altas significativas em produtos como arroz (3,7%), feijão-preto (4,2%), batata (8,8%), cebola (26,6%), carnes (1,4%) e aves e ovos (0,53%). Além disso, os gastos com habitação também pressionaram o orçamento das famílias de baixa renda, principalmente devido ao aumento de 1,1% nas tarifas de energia elétrica. Por outro lado, para as famílias de renda mais alta, o maior impacto da inflação no mês veio da alta de 19,1% nos preços das passagens aéreas e de 0,76% nos planos de saúde.
No acumulado de 12 meses, a inflação cresce de acordo com a faixa de renda: muito baixa (3,38%), baixa (3,85%), média baixa (4,40%), média (4,93%), média-alta (5,24%) e alta (6,09%). Vale ressaltar que a inflação oficial é medida mensalmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Ipea utiliza os dados do IBGE para fazer a divisão da inflação por faixa de renda.
Esses números evidenciam a disparidade na variação de preços conforme a renda das famílias, revelando um impacto maior nos gastos das classes de renda mais baixa. Diante desse cenário, as famílias de baixa renda enfrentam um desafio maior para manter o poder de compra e garantir o equilíbrio financeiro em meio à escalada dos preços. Em contrapartida, as famílias de alta renda, embora também enfrentem pressões inflacionárias, conseguem absorver mais facilmente tais impactos em seu orçamento.
Esses dados reforçam a importância de políticas públicas e ações voltadas para a proteção do poder de compra das famílias de baixa renda e a promoção de um ambiente econômico mais equitativo.