Na última quarta-feira (13), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) arrecadou um total de R$ 421,7 milhões em um leilão de 33 setores com blocos exploratórios de petróleo em diversas bacias sedimentares. Com um ágio de 179,69% em relação ao valor mínimo, os lances vencedores se comprometeram com R$ 2,01 bilhões em investimentos na fase de exploração.
Os blocos ofertados fazem parte do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), que ocorreu no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, sendo estes situados fora do Polígono do Pré-Sal e abrangendo campos marítimos e terrestres, incluindo a área com acumulação marginal de Japiim, na Bacia do Amazonas. A ANP ofertou, ao todo, 192 blocos, equivalentes a uma área de 47,1 mil quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho do Espírito Santo.
Entre as maiores vencedoras da disputa, a Petrobras se destacou ao arrematar 29 blocos na Bacia de Pelotas, na Região Sul, em parceria com a Shell e a chinesa CNOOC. O bônus de assinatura a ser pago pela estatal em abril de 2024 é de cerca de R$ 116 milhões, ampliando o portfólio da companhia para 50 mil quilômetros quadrados.
Já a empresa Elysian, criada recentemente com o intuito de participar do leilão, adquiriu mais de 100 blocos nas bacias de Potiguar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, comprometendo-se com cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinatura. O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, confirmou a aptidão da empresa para participar do certame, mas ressaltou que a Elysian precisará apresentar mais informações e comprovar condições técnicas e econômico-financeiras na próxima fase.
Apesar das críticas de instituições ligadas a questões ambientais, a ANP destaca a importância da exploração do petróleo para a arrecadação de recursos essenciais para o desenvolvimento do país, atentando para o fato de que a dependência de petróleo e gás não será eliminada em curto prazo. A agência também destaca a significativa contribuição do setor para a transição energética e a geração de empregos.
Este foi apenas o primeiro de dois leilões realizados pela ANP nesta quarta-feira, que ainda promoverá o 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP), incluindo blocos no Polígono do Pré-Sal. Apesar das controvérsias e das incertezas que rondam a indústria do petróleo, o leilão marcou mais um passo na busca pela autossuficiência energética e pelo desenvolvimento socioeconômico do país.
