Além disso, Lula defendeu a necessidade de uma reforma das instituições de governança e de financiamento global, para que reflitam a geopolítica do presente. Ele também destacou que a dívida externa dos países mais pobres, especialmente da África, precisa ser equacionada. O presidente ressaltou a importância de sistemas tributários justos, que incidam não apenas sobre a renda, mas também sobre a riqueza, e coíbam a evasão fiscal dos super ricos.
Desde que assumiu o mandato, Lula tem defendido que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, é anacrônico e não representa mais a geopolítica do século 21. Para ele, é preciso uma representação adequada de países emergentes em instituições de financiamento globais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Outro tema abordado pelo presidente foi o enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na transição energética e promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental. Lula defendeu a necessidade de uma transição energética justa, que leve em conta a necessidade de acesso a tecnologias para países em desenvolvimento.
Além disso, o Brasil terá uma iniciativa para a bioeconomia e uma força tarefa contra a mudança do clima. Lula ressaltou a importância de definir princípios básicos sobre o uso sustentável de recursos naturais para a geração de bens e serviços de alto valor agregado.
Por fim, o presidente destacou a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza como terceiro e último eixo do mandato brasileiro. O Brasil também criará uma força tarefa contra a fome, com a proposta de uma aliança global com três pilares: compromissos nacionais, financiamento e apoio técnico para impulsionar políticas públicas eficazes.
A presidência do Brasil no G20 terá uma agenda intensa, com mais de 100 reuniões oficiais em diversas cidades do país, incluindo a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A articulação entre as trilhas política e financeira que compõem o G20 será essencial para o funcionamento do grupo. No entanto, Lula ressaltou que nem sempre as decisões saem do papel e que é preciso uma maior coordenação entre as instâncias para efetivar as ações propostas.