A exposição tem como foco principal a análise do desfile vitorioso e a forma como ele abordou Exu na sociedade e na arte em geral. Segundo Leonardo Antan, um dos componentes do coletivo Carnavalize, o desfile pensou Exu como uma forma de pensamento, uma porta filosófica e de entendimento do mundo. E é exatamente isso que a exposição busca representar, ampliando o contato do desfile com a arte, a cultura e as narrativas atuais.
A mostra contará com obras que fizeram parte do desfile, como esculturas, fantasias, material fotográfico, croquis, além de obras de artistas contemporâneos que também abordam a comunicação e a linguagem de Exu. O objetivo é que a narrativa do desfile ultrapasse os 75 minutos de duração na avenida e ganhe uma maior amplitude na sociedade, tornando-se um discurso poderoso sobre a sociedade e a formação do país.
Além disso, a exposição busca desfazer os preconceitos e visões comuns que associam Exu ao diabo na cultura ocidental. A intenção é discutir a essência da divindade e ampliar o entendimento sobre esse complexo divino que, devido ao racismo religioso, foi demonizado. Os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora se inspiraram em artistas contemporâneos para criar a exposição e desejam que as narrativas carnavalescas ocupem cada vez mais espaços, levantando discussões e causando impacto.
Portanto, a exposição Laroyê, Grande Rio promete ser uma análise profunda do desfile vitorioso da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio e uma celebração da cultura e da arte, além de um espaço de discussão e reflexão sobre a representação de Exu na sociedade e na contemporaneidade.