Segundo um pedido de produção de provas apresentado à Justiça do Ceará no mês passado, Viveros pretende usar este pedido para embasar uma ação de revisão criminal, na qual busca provar a injustiça de sua condenação. Ele alega que houve irregularidades processuais e possíveis manipulações de provas, argumentando que nunca agrediu Maria da Penha e que ela foi vítima de um assalto. Essa versão do assalto já foi rejeitada em dois julgamentos anteriores, onde Viveros foi condenado.
A Justiça ainda não avaliou o recente pedido de produção de provas de Viveros. Ele já havia solicitado uma revisão criminal em 2008, que foi negada pela Justiça.
Durante as eleições presidenciais do ano passado, o caso foi amplamente debatido nas redes sociais, levando o Ministério Público do Ceará a emitir uma nota desmentindo a versão de Viveros. O Instituto Maria da Penha também se posicionou contra a versão de Viveros naquela ocasião.
Em 1983, Maria da Penha foi baleada com um tiro nas costas enquanto dormia, ficando paraplégica. Meses depois, ela voltou a sofrer uma tentativa de assassinato, quando quase foi eletrocutada enquanto tomava banho. Seu então marido, Marco Antonio Heredia Viveros, foi condenado a oito anos e seis meses de reclusão pelos crimes. Somente em 2002, 19 anos depois, ele foi preso. O caso ficou conhecido internacionalmente e o nome de Maria da Penha acabou batizando a lei federal sancionada em 2006 que cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica.
O pedido de revisão criminal de Viveros ainda aguarda avaliação da Justiça, e o Instituto Maria da Penha e a defesa de Viveros não foram contactados para declarações sobre o assunto. A história de Maria da Penha continua a ser um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, e o desenrolar desse caso continuará a atrair atenção nos próximos meses.