A delegação brasileira tem se posicionado em defesa do texto final da COP28 ser compatível com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, rejeitando a proposta de uma temperatura “bem abaixo dos 2ºC”. Além disso, o Brasil tem defendido a liderança dos países desenvolvidos nos esforços para reduzir a dependência de petróleo, carvão e gás, enfatizando que os países em desenvolvimento, especialmente os mais vulneráveis, precisarão de apoio para fazer essa transição.
O terceiro rascunho do texto da COP28 excluiu a previsão de “eliminação” dos combustíveis fósseis, substituindo-a pela previsão de “substituição” dos fósseis por energias renováveis. Essa mudança ocorreu em meio a uma disputa entre os países pela linguagem que deve ser adotada no documento final. Além disso, o texto também prevê uma responsabilidade maior para os países desenvolvidos, que são históricos emissores de gases do efeito estufa.
Marina Silva destacou que, pela primeira vez desde 1992, quando ocorreu a primeira COP no Rio de Janeiro, o tema dos combustíveis fósseis está sendo diretamente tratado por uma Conferência do Clima. Ela ressaltou a importância de internalizar e metabolizar as discussões acerca dos combustíveis fósseis para que se obtenha uma resposta à altura em termos das ambições para 2030.
Além disso, a ministra defendeu a criação de um grupo de trabalho para elaborar as medidas que devem ser tomadas para aumentar o consumo de energias renováveis e reduzir as energias fósseis, caso o tema dos combustíveis fósseis seja incluído no documento final da COP28. O embaixador André Corrêa do Lago, membro da delegação brasileira em Dubai, destacou que a abordagem sobre a transição energética deve ser feita de forma diferenciada por cada nação, de acordo com suas circunstâncias.
Os gases do efeito estufa lançados na atmosfera têm impulsionado a crise climática, marcada por eventos extremos, como o calor excessivo, as secas prolongadas e as chuvas intensas. Com o Acordo de Paris, em 2015, os países se comprometeram a combater o aquecimento global e buscar preferencialmente limitá-lo a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Em resumo, a COP28 traz à tona debates essenciais sobre o papel dos combustíveis fósseis na crise climática e as medidas necessárias para transição para energias renováveis, ressaltando a importância de uma abordagem diferenciada de acordo com as circunstâncias de cada país. A ministra Marina Silva defende que o sucesso da COP28 depende da adoção de medidas contundentes e justas em relação aos combustíveis fósseis, e a expectativa é de que o documento final aprovado reflita os esforços de todos os países em direção a um futuro mais sustentável.