De acordo com o cadastro, 227 mil pessoas estavam oficialmente registradas como em situação de rua em agosto de 2023. No entanto, o Ipea alerta que o número não reflete um censo oficial, devido às dificuldades de levantamento de dados precisos desse grupo mais vulnerável.
Analisando os motivos individuais que explicam a situação de rua, além dos problemas familiares e desemprego, foram citados também alcoolismo, outras drogas, perda de moradia, ameaça e violência, distância do local de trabalho, tratamento de saúde, preferência própria e outras questões. Além disso, o estudo mostrou que as causas podem ser organizadas em três dimensões: exclusão econômica, fragilização ou ruptura de vínculos sociais e problemas de saúde.
A pesquisa revelou que problemas familiares e motivos de saúde, especialmente abuso de álcool e drogas, contribuem para uma permanência mais longa na situação de rua. Por outro lado, razões econômicas geralmente resultam em uma situação de rua de curta duração.
Além disso, dados raciais, geográficos e gerais também foram analisados no estudo. A maioria das pessoas em situação de rua se declarou negra, e o número médio de anos de escolaridade entre os negros era menor que entre os brancos. Pouco mais de 3% costumavam dormir em domicílios particulares, e 12% em outros espaços que não se enquadram entre os anteriores.
O estudo também discutiu políticas públicas voltadas à população em situação de rua, destacando a necessidade de um plano de ação e monitoramento para implementar a Política Nacional para a População em Situação de Rua. O Governo Federal lançou o Plano Nacional Ruas Visíveis – Pelo direito ao futuro da população em situação de rua, que prevê um investimento inicial de R$ 982 milhões em medidas como assistência social, saúde, violência institucional, cidadania, habitação, trabalho e produção de dados.