Ancorado na foz do Rio Anil, próximo à Avenida Beira-Mar, o Maria Celeste era responsável pelo transporte de cargas, mas acabou se tornando palco de uma tragédia que vitimou 16 pessoas, entre tripulantes e estivadores. O incêndio, que durou três dias, levou o navio a afundar, deixando um rastro de dor e sofrimento na cidade.
Construído no estaleiro Kane Shipbuilding Corporation, no Texas, nos Estados Unidos, o Maria Celeste era fruto de uma época conturbada da história mundial, tendo sido parte integrante de comboios de carga durante e após a Segunda Guerra Mundial. Após o fim do conflito, a embarcação foi vendida e passou a se chamar Maria Celeste no Brasil.
O trágico episódio marcou não apenas a história do navio, mas também da cidade de São Luís. As circunstâncias que levaram ao incêndio ainda são motivo de debate, com relatos que apontam para diversas possibilidades. Desde uma faísca gerada por um guindaste enguiçado até uma falha no sistema elétrico da embarcação, as teorias sobre as origens do fogo se misturam com as lembranças dos sobreviventes.
Após o incêndio, o navio foi implodido e seus destroços foram submersos devido ao risco de acidentes, encerrando de vez a triste história do Maria Celeste. Até hoje, o episódio continua vivo na memória daqueles que testemunharam a tragédia e na história da cidade.
Em julho de 2021, o Tribunal de Justiça do Maranhão recebeu o processo referente ao incêndio que destruiu o Maria Celeste, em uma cerimônia que reforçou a importância de preservar a memória desse evento marcante. O presidente da corte destacou a relevância do momento e ressaltou que os autos do processo seriam incorporados ao acervo do Museu do Tribunal de Justiça do Maranhão, tornando-se parte fundamental da história do estado.
Assim, mesmo após 69 anos, o incêndio do navio Maria Celeste continua a ecoar na memória daqueles que foram afetados por ele, mantendo viva a lembrança de uma tragédia que marcou a história de São Luís.
