O relatório, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), revela que do total de 458 mil homicídios registrados em 2021 em todo o mundo, 10,4% ocorreram no Brasil. Isso significa que mais pessoas foram mortas por outros indivíduos do que devido a conflitos armados e terrorismo combinados, resultando em uma média de 52 vítimas por hora.
Além disso, o estudo aponta que o número total de assassinatos é quatro vezes maior do que a média anual de mortes em conflitos armados. A ONU destacou que 40% dos homicídios no mundo envolveram armas de fogo, enquanto 22% foram perpetrados com objetos cortantes.
A América Latina e o Caribe foram identificadas como as regiões com as maiores taxas de homicídios do mundo, representando cerca de 27% do total de assassinatos. Apesar disso, houve uma tendência de queda nas mortes violentas, com uma diminuição de 14% entre 2017 e 2021, exceto em países como Equador, Nicarágua e Panamá.
Enquanto a América Latina e o Caribe apresentam consistentemente as maiores taxas de homicídios, também registraram a maior proporção de homicídios relacionados ao crime organizado em todo o mundo em 2021. A África, por sua vez, registrou o maior número absoluto de homicídios, com 176 mil casos, representando uma taxa de 12,7 homicídios a cada 100 mil habitantes.
O estudo também apontou que 81% das vítimas de homicídio são homens, mas as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por seus parceiros ou familiares. Além disso, 15% das vítimas, ou seja, 71.600 pessoas, eram crianças.
2021 foi considerado um ano excepcionalmente violento, ultrapassando a média de 440 mil homicídios dos três anos anteriores. Isso foi atribuído, em parte, às consequências econômicas da pandemia de COVID-19 e ao aumento do crime organizado e da violência sociopolítica relacionada a gangues.
No longo prazo, espera-se que as repercussões sociais e econômicas negativas dos lockdowns afetem as tendências de homicídios, criando um ambiente de tensão que pode levar os indivíduos a cometerem crimes, de acordo com o estudo da ONU. Esta situação é alarmante e revela a urgente necessidade de ações efetivas para reduzir os índices de violência e mortes no país.