Segundo o documento, Santana compareceu à delegacia alegando ter sido ameaçado pelo suposto responsável por um crime contra sua irmã. Durante o encontro, ele se identificou como um dos coordenadores do programa Pacto Pela Paz e tentou dar instruções aos servidores da Polícia Civil. Além disso, o indivíduo mencionou o nome do secretário de Segurança do Maranhão e do Delegado Geral da Polícia Civil, buscando “vantagens” e solicitando rapidez na resolução do caso envolvendo sua irmã.
Entretanto, durante a investigação, a polícia consultou a lista de membros do programa ‘Pacto Pela Paz’ e entrou em contato com o verdadeiro coordenador, Major Ricardo, que identificou Santana como um “impostor” que chegou a afirmar ter sido nomeado pelo governador. Após sua descoberta, Miquéias foi detido em flagrante no Bairro Cruzeiro, em Ribamar, com o auxílio da Guarda Municipal.
Na Audiência de Custódia, o juiz Marcio Aurelio Cutrim Campos determinou sua liberdade sob condições: Santana deve comparecer mensalmente à Central Integrada de Alternativas Penais e Inclusão Social, em São Luís, para informar e justificar suas atividades, além de não poder deixar a Ilha de São Luís sem autorização prévia judicial e comunicação às autoridades.
Investigações posteriores revelaram que Miquéias da Silva Santana se apresentava nas redes sociais como uma figura influente no meio político, chegando a afirmar, em uma postagem de 2022, ser representante do então secretário de Cultura do Maranhão, Paulo Victor, em um evento ocorrido em São José de Ribamar. Ele também compartilhava publicações com políticos como Flávio Dino e Duarte Júnior e simulava conversas telefônicas com autoridades para enganar funcionários e ganhar influência na administração pública.
Além disso, as investigações preliminares apontaram que Santana se vestia com uma camisa com a inscrição ‘Pacto pela Paz’, contendo símbolos do governo do estado, que ele próprio mandou confeccionar. A Delegacia Especial de Ribamar informou que Miquéias buscava obter influência nos órgãos de segurança pública do estado, mas enfrentará acusações pelo crime de usurpação de função pública.