Os dados do relatório anual mostram que as venezuelanas e cubanas foram as que mais fizeram solicitações para obter a condição de refugiadas. No caso dos pedidos venezuelanos, incluindo homens, mulheres e crianças, 45,9% foram feitos por mulheres, enquanto entre os cubanos, 46,8% dos pedidos foram femininos, percentuais acima da média.
Além disso, a participação das mulheres entre as solicitantes de residência de longa duração no país também aumentou, passando de 34,1% em 2013 para 42,9% em 2022. Os estados que mais registraram mulheres imigrantes foram Roraima, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Amazonas e Rio Grande do Sul.
O coordenador de estatística do observatório, Tadeu de Oliveira, destacou que esses dados revelam mudanças significativas no fluxo migratório, que anteriormente era dominado por homens adultos e jovens. No entanto, segundo Oliveira, essas faixas de idade perderam participação em detrimento do aumento de mulheres e crianças imigrantes.
No que diz respeito à nacionalidade, os venezuelanos são a maior comunidade de imigrantes no Brasil, com 210.052 solicitações de refugiado entre 2013 e 2022. Em seguida, aparecem haitianos (38.884), cubanos (17.855) e angolanos (11.238). No entanto, algumas origens perderam protagonismo nesse período, incluindo Portugal, Espanha, Alemanha e Itália, conforme apontado pelo relatório anual.
A cidade de Pacaraima, em Roraima, foi apontada como a região que mais concentra imigrantes, com 53,1% dos solicitantes de refúgio fixando residência nesse local. Esses dados refletem um cenário de mudança no perfil dos imigrantes que chegam ao Brasil, abrindo espaço para uma discussão mais ampla sobre as razões por trás desse aumento no número de mulheres e crianças em busca de refúgio e residência no país.