O relatório, que avaliou 690 mil estudantes de 81 países, mostrou que 65% dos alunos admitiram ter ficado distraídos nas aulas de matemática devido ao uso de celulares e outros dispositivos. No Brasil, esse percentual chegou a 80%, assim como em diversos outros países, incluindo Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e Uruguai. Além disso, 59% dos alunos afirmaram que a distração foi causada pelo uso desses aparelhos por seus colegas.
A pesquisa também apontou que a distração nas aulas teve um impacto direto no desempenho dos alunos, com aqueles que se distraíram com o uso de dispositivos digitais obtendo 15 pontos a menos nos testes de matemática. O relatório ressaltou a importância de promover a interação entre a tecnologia e o aprendizado, porém minimizando o tempo de uso para evitar desvio de atenção, bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.
Apesar disso, a recomendação não é abandonar o uso de celulares no processo de aprendizagem. O relatório destacou que 29% dos alunos dos países da OCDE utilizam smartphone várias vezes ao dia e 21% usam quase diariamente ou diariamente na escola. Em 13 países, mais de dois terços dos alunos frequentam escolas onde a entrada e o uso de celular não são permitidos, o que mostrou uma redução no percentual de distração em sala de aula, porém sem garantir um uso mais responsável dos dispositivos por parte dos alunos.
Portanto, o relatório reconheceu que o uso de celular em escola é um tema desafiador para os gestores de educação nos países avaliados pelo Pisa. Além disso, alertou que a proibição de celulares nas escolas pode não ser eficaz, uma vez que os alunos em escolas com essa restrição eram menos propensos a desligarem suas notificações de redes sociais e aplicativos ao dormir. Dessa forma, o desafio é encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a preservação de um ambiente propício para o aprendizado.