O relatório aponta que estudantes que passam entre cinco e sete horas por dia em smartphones e outros dispositivos digitais tiveram uma pontuação menor nos testes em comparação com aqueles que utilizam os aparelhos por até uma hora diária. A análise levou em conta o perfil socioeconômico dos alunos e das escolas.
Cerca de 690 mil estudantes de 81 países participaram dos testes do Pisa 2022, que focou no desempenho em matemática. Os resultados revelaram que a distração causada pelo uso de dispositivos digitais durante as aulas afetou significativamente o desempenho dos alunos.
No Brasil, 80% dos estudantes admitiram ter ficado distraídos em aulas de matemática devido ao uso de celulares e outros dispositivos. Esse percentual também foi observado em países como Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e Uruguai.
Além disso, cerca de 59% dos alunos relataram que a distração foi causada pelos colegas que estavam usando dispositivos digitais. O relatório destacou que a distração em sala de aula resultou em uma pontuação média 15 pontos menor nos testes de matemática do Pisa.
Enquanto países como Japão e Coréia, que obtiveram pontuações acima da média do OCDE, tiveram níveis mais baixos de distração relatados pelos alunos, países com maior índice de distração também apresentaram desempenho abaixo da média.
O uso de celular nas escolas tem sido um desafio para os gestores de educação em todo o mundo. O relatório recomenda a promoção de uma interação saudável entre a tecnologia e o aprendizado, mas ressalta a importância de minimizar o tempo de uso para evitar distrações, bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.
Apesar de 29% dos alunos da OCDE afirmarem utilizar smartphones várias vezes ao dia e 21% usarem quase diariamente na escola, em 13 países, mais de dois terços dos alunos frequentam escolas onde o uso de celular não é permitido, resultando em um menor índice de distração em sala de aula.
O relatório alerta que a proibição de celulares nas escolas nem sempre é eficaz e que os alunos podem se tornar menos responsáveis no uso dos aparelhos. Portanto, as escolas precisam encontrar maneiras eficazes de lidar com o uso de dispositivos digitais, equilibrando a interação com a tecnologia e evitando os impactos negativos no desempenho dos alunos.