O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que a sensação de melhora nas condições econômicas do país pode ter contribuído para essa redução no endividamento. Segundo ele, o mercado de trabalho vem mostrando progresso, com uma maior contratação esperada no período de fim de ano, o que estaria favorecendo os orçamentos domésticos e possibilitando que menos pessoas recorram ao crédito.
Além disso, o índice de famílias inadimplentes também registrou um recuo em novembro, ficando em 29% em comparação com os 29,7% do mês anterior. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, ressaltou que esse é o menor patamar desde junho de 2022. Ele também destacou o papel do programa Desenrola na queda das pessoas que relataram falta de condições para pagar dívidas de meses anteriores.
No entanto, a faixa de renda média, entre cinco e dez salários mínimos, apresentou um aumento no número de pessoas endividadas e registrou a quarta elevação seguida de dívidas em atraso, chegando a 24,2%. Já os consumidores de baixa renda, com até três salários mínimos, foram os que mais relataram dificuldades para quitar as dívidas, representando 17,2% do total.
O cartão de crédito se mantém como a modalidade mais utilizada pelos endividados, atingindo 87,7% do total de devedores. Houve ainda avanços no crédito consignado e no financiamento imobiliário, enquanto as outras modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores.
Além disso, a pesquisa também destacou a diferença de comportamento entre os gêneros, mostrando que as mulheres tiveram uma redução mais expressiva no endividamento em relação aos homens. As mulheres também foram as que mais relataram dificuldades para quitar todas as dívidas em dia, alcançando 30,1% em comparação aos 28% dos homens.
Em resumo, a pesquisa aponta para uma tendência de melhora no quadro de endividamento e inadimplência das famílias brasileiras, refletindo possíveis avanços no mercado de trabalho e nas condições econômicas do país.