O risco de colapso em uma das 35 minas de responsabilidade da Braskem vem sendo monitorado pela Defesa Civil de Maceió e foi detectado devido ao avanço no afundamento. A petroquímica confirma que pode ocorrer um grande desabamento da área, mas afirma que existe também a possibilidade de que o solo se acomode. Um eventual colapso geraria um tremor de terra e tem potencial para abrir uma cratera maior que o estádio do Maracanã. As consequências, no entanto, ainda são incertas. O governo federal também acompanha a situação.
O sal-gema é uma matéria-prima versátil para a indústria química, sendo empregado na produção de soda cáustica, ácido clorídrico, bicarbonato de sódio, sabão, detergente e pasta de dente, além de ser utilizado na fabricação de produtos de limpeza e higiene e em produtos farmacêuticos.
A exploração de sal-gema em Maceió começou em 1976 e a Braskem, empresa responsável pela exploração, desenvolve atividades não apenas no Brasil, mas também em outros países como Estados Unidos, México e Alemanha. O problema em Maceió ocorreu por vazamento da solução líquida utilizada na extração do sal-gema, deixando buracos na camada de sal. Isso causou instabilidades no solo e afundamentos nos cinco bairros.
A Braskem anunciou o fim da exploração das minas em maio de 2019 e, desde então, já pagou R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes dos bairros afetados. O caso também está sendo discutido em ações movidas pelo Ministério Público Federal.
A exploração das minas de sal-gema em Maceió envolvia a escavação de poços até a camada de sal, que pode estar há mais de mil metros de profundidade. Então, injetava-se água para dissolver o sal-gema e formar uma salmoura, que era trazida para a superfície. No entanto, o vazamento da solução líquida levou a instabilidades no solo e afundamentos nos bairros afetados.
A Braskem se tornou a maior produtora de PVC do continente americano desde que inaugurou uma unidade industrial em Maceió em 2012 e outras indústrias, como a de celulose e de vidro, também empregaram o sal-gema em seus processos. A exploração de sal-gema depende de licenciamento ambiental e é fiscalizada pela Agência Nacional de Mineração.