Durante sua visita ao Oriente Médio nos últimos dias, Lula conversou com jornalistas antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes, a caminho de Berlim, na Alemanha, onde tem compromissos da agenda bilateral. O presidente enfatizou a importância de buscar a paz e a estabilidade na região: “O que a América do Sul não está precisando agora é de confusão. Se tem uma coisa que precisamos para crescer e melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história. Então, espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e da Guiana”.
Lula ressaltou a importância da diplomacia e do diálogo para solucionar conflitos, afirmando que a humanidade deveria ter medo de guerra, pois o verdadeiro poder está na capacidade de manter conversas e negociações. Ele também observou que o referendo promovido pelo governo venezuelano provavelmente reforçará a posição de Nicolás Maduro, devido à natureza tendenciosa das perguntas feitas aos eleitores.
O presidente defendeu que a área em disputa foi objeto de um acordo em 1966 e afirmou que o Brasil observa com preocupação a tensão entre a Venezuela e a Guiana, tomando medidas para aumentar a presença de militares nas fronteiras com ambos países.
A disputa pela região de Essequibo remonta ao século XIX, quando a Venezuela começou a reivindicar a área atualmente controlada pela Guiana. O Brasil tem acompanhado de perto o impasse, considerando a importância estratégica da região para a exploração de petróleo.
Apesar de a aliança entre Venezuela e Guiana ser uma questão fundamental para a região, a situação parece longe de encontrar uma solução pacífica. A Guiana tem explorado a região de Stabroek, rica em recursos petrolíferos, em parceria com empresas internacionais, enquanto a Venezuela não reconhece a atual fronteira estabelecida pelo Laudo Arbitral de Paris, em 1899.
Enquanto a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia tem analisado a questão desde 2018, a Venezuela rejeita a jurisdição do tribunal sobre o tema, preferindo seguir o Acordo de Genebra, assinado em 1966. A tensão entre os países continua, e uma solução pacífica ainda parece distante.
Neste cenário delicado, a atuação de líderes políticos e organizações internacionais se torna crucial para evitar o conflito entre Venezuela e Guiana, preservando a estabilidade na região da América do Sul. A esperança é que o bom senso prevaleça e que os países encontrem uma solução diplomática para a controvérsia.