O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Lyrio, afirmou que o acordo está bem avançado, mas ainda há pontos que precisam ser discutidos. A pressa em fechar o acordo está relacionada à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que assume o cargo no próximo dia 10 de dezembro. Milei é crítico do Mercosul, o que levanta preocupações sobre a dificuldade que ele poderia impor às negociações com a União Europeia.
Os encontros com os europeus têm sido semanais e, em algumas semanas, diários, na tentativa de concluir o acordo. No entanto, devido à natureza sigilosa das negociações e ao envolvimento dos demais membros do Mercosul (Uruguai, Paraguai e Argentina), os pontos pendentes não foram revelados pelo representante do Itamaraty.
Entre os temas que avançaram nas negociações está o das compras governamentais, que gerava preocupações por possibilitar a participação de empresas europeias em licitações para compras do governo brasileiro. O governo defende a preferência às empresas nacionais nesse contexto.
Apesar das dificuldades, o embaixador Maurício Lyrio destacou avanços significativos nas negociações, apontando que os obstáculos inicialmente vistos como insuperáveis foram superados com entendimento e compromisso entre as partes. A expectativa é que tais avanços conduzam à conclusão do acordo antes da cúpula do Mercosul.
Em resumo, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia está próximo de sua conclusão, mas ainda existem pontos que precisam ser resolvidos. O empenho das autoridades brasileiras e dos demais países do Mercosul reflete a importância desse acordo para a região, bem como a urgência para fechá-lo antes da posse do novo presidente da Argentina.