De acordo com a organização, o edital foi elaborado considerando que o apoio à resiliência de comunidades tradicionais é fundamental na luta por justiça climática. Por isso, pelo menos 10 propostas selecionadas deverão ser direcionadas para a Amazônia e para o Cerrado, biomas essenciais para a retenção de carbono e, consequentemente, para o combate ao aquecimento global.
O edital Comunidades Tradicionais Lutando por Justiça Climática está aberto desde segunda-feira (27) e os interessados podem encaminhar projetos até 31 de janeiro de 2024. As inscrições devem ser feitas no site da organização. As propostas podem abordar temas como direito à terra, alternativas produtivas, atividades de formação, entre outros.
As comunidades tradicionais incluem grupos culturalmente diferenciados, que se organizam socialmente de forma única e mantêm uma relação próxima com seus territórios e recursos naturais para a sua reprodução cultural, social, econômica e espiritual. Isso abrange indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos, pescadores artesanais, entre outros.
A organização destaca que essas comunidades têm sido impactadas pelo avanço da exploração dos biomas, observado no Brasil nos últimos anos, com o crescimento das ocupações ilegais e dos conflitos agrários. Além disso, são vulneráveis às consequências das mudanças climáticas, como a seca ou o excesso de chuvas, dependendo da região e do período do ano.
“Apoiar os modos de vida das comunidades tradicionais é também garantir práticas sustentáveis, com preservação da biodiversidade e promoção da resiliência dos ecossistemas, em uma estratégia ampla por justiça climática e ambiental abarcada por este edital”, sustenta a organização.
Este é o primeiro edital lançado pelo Raízes – Fundo de Justiça Climática para Povos e Comunidades Tradicionais, linha de apoio que destinará pelo menos R$ 6 milhões nos próximos 3 anos para o fortalecimento de grupos, comunidades e organizações de base. Novas chamadas deverão ser divulgadas posteriormente.