A médica Patrícia era a dona do espaço e também responsável por conseguir informações para aplicar os golpes nos planos de saúde. O esquema envolvia também outros profissionais, como colegas médicos e prestadores de serviços de medicina. Patrícia contratava esses profissionais para trabalhar em sua clínica e, sem o conhecimento deles, falsificava assinaturas e carimbos pessoais.
O objetivo do grupo era conseguir pedir reembolsos a pelo menos três grandes operadores de planos de saúde. Uma das vítimas, que preferiu não ter sua identidade revelada, relatou ter descoberto o golpe ao se deparar com quase 50 recibos com seu nome, carimbo falso e e-mails de lugares que não reconhecia. O golpe funcionou por quase dois anos, durante os quais o grupo falsificou inúmeros procedimentos médicos, consultas e terapias, sempre inserindo dados verdadeiros de profissionais da medicina.
O esquema começou a ser descoberto pelas operadoras de planos de saúde devido ao volume de pedidos de reembolso. Após o avanço das investigações, os suspeitos confessaram o crime e fizeram um acordo com parte das empresas lesadas, restituindo os valores fraudados, totalizando mais de R$ 2 milhões. Nos depoimentos, Patrícia e uma outra médica envolvida no esquema, Catiana Contrim, afirmaram que a ideia de aplicar o golpe foi de Rodrigo de Mello Nascimento, durante a pandemia de Covid.
Apesar do acordo e da restituição dos valores, as investigações continuam para apurar a falsidade ideológica dos envolvidos, já que eles se passaram por outros profissionais. Até o momento, não há informações sobre possíveis consequências legais para o grupo, mas a Polícia Civil garante que as investigações continuam em andamento. A prática de fraude em planos de saúde é uma questão séria e os envolvidos podem enfrentar sérias consequências caso sejam considerados culpados.