Durante a entrevista, o governador criticou o desrespeito à decisão judicial que determinava a manutenção de um efetivo mínimo de trabalhadores em serviço. Tarcísio de Freitas informou que o governo está tomando medidas para individualizar o cumprimento da escala de trabalho, buscando identificar e punir aqueles que descumpriram a determinação judicial.
“Não adianta fazer greve com esse mote. As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar. Vamos continuar estudando, vamos continuar tocando, porque dissemos que faríamos isso. A operação da Sabesp vai acontecer no ano que vem, podem ter certeza disso, e vai ser um grande sucesso”, enfatizou o governador.
Tarcísio de Freitas destacou que para o governo não há possibilidade de conciliação ou negociação nesse contexto, uma vez que o plano de privatizações e concessões está alinhado com o programa de governo e será continuado.
Sobre a adesão à greve por parte dos metroviários, o governador ressaltou a necessidade de individualização das condutas para responsabilizar aqueles que descumpriram a decisão judicial. Ele confirmou que o Metrô atingiu 88% de adesão à greve e que não cumpriu o percentual de trabalhadores em atividade definido pela Justiça. O governador afirmou que medidas de sanção serão estudadas e aplicadas para aqueles que desrespeitaram a decisão.
A liminar concedida pelo desembargador Marcelo Freire Gonçalves, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), estipulou que os trabalhadores da Companhia do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deveriam manter um efetivo mínimo em atividade. A multa diária em caso de descumprimento chega a R$ 700 mil.
Por outro lado, o diretor do sindicato dos Metroviários, Dagnaldo Gonçalves, defendeu o movimento grevista, apontando o impacto das privatizações sobre os trabalhadores e a qualidade do serviço. Ele afirmou que a privatização resulta em queda de salários, perda de direitos trabalhistas e degradação do sistema de transporte. Gonçalves defendeu a luta pela manutenção de um transporte público de qualidade com preços acessíveis.
O embate entre o governo e os metroviários evidencia a tensão e as divergências em torno do processo de privatização e suas consequências para os trabalhadores e a população. A continuidade do movimento grevista e as medidas adotadas pelo governo para garantir a manutenção do serviço público de transporte prometem manter as atenções voltadas para esse embate nos próximos dias.