No entanto, o verão de 2023/2024 promete ser atípico devido à atuação do fenômeno El Niño, que vem influenciando o clima desde a primavera e continuará tendo forte impacto nos meses de verão. Esse El Niño é considerado de intensidade forte e afetará todo o verão, trazendo mudanças significativas para as regiões do país.
Uma das principais consequências do El Niño é o aumento do calor no Brasil, que, aliado ao cenário global de oceanos e atmosfera mais aquecidos, resultará em um verão mais quente do que o normal. No entanto, ondas de calor extremas, como as ocorridas na primavera, serão menos prováveis.
O meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo, destaca que o verão de 2023/2024 será marcado por pancadas de chuva geradas pelo calor e alta umidade, em vez de grandes áreas de instabilidade. Isso resultará em uma distribuição irregular e temporal da chuva, afetando as diferentes regiões do país.
Além disso, o El Niño dificultará a formação e permanência de corredores de umidade e a ocorrência da ZCAS sobre o Brasil. A previsão é de que o mês mais provável para a organização de uma ZCAS seja fevereiro de 2024.
Em relação às comparações com os verões anteriores, Vinícius alerta que não se pode esperar por chuvas semelhantes às dos últimos três verões, que foram influenciados pelo La Niña. Este próximo verão terá a influência de um El Niño forte, que dificultará a formação de ZCAS.
No Norte e no Nordeste, a previsão é de chuvas abaixo da média, o que pode levar ao agravamento da seca nessas regiões. No Centro-Oeste, a expectativa é de chuvas irregulares e abaixo da média, principalmente em Mato Grosso.
Na Região Sudeste, a chuva dependerá principalmente do calor e das passagens de frentes frias pela costa, enquanto no Sul, haverá um alívio nas catástrofes em janeiro e fevereiro, mas o risco de chuva intensa e persistente aumentará novamente em março.
Portanto, o verão de 2023/2024 promete trazer desafios e mudanças significativas no padrão de chuvas em todo o Brasil, exigindo atenção e adaptação por parte da população e das autoridades para lidar com os impactos desse cenário climático adverso.