Em entrevista, a organização do festival destacou a importância da celebração: “Acreditamos que novos rumos para a mudança devem passar pelas favelas. E, assim, nada melhor do que celebrar este momento potencializando e reverenciando movimentos e manifestações culturais que se tornaram base sólida no processo de resistência e transformação social nesses territórios.”
A cultura hip hop teve suas raízes na festa organizada pelos irmãos Cindy Campbell e DJ Kool Herc, que reuniram pela primeira vez o rap, break, graffiti e DJ no bairro do Bronx, em Nova York. O encontro foi nomeado pelo DJ Afrika Bambaataa, que fundou a Universal Zulu Nation. Em São Paulo, a cultura hip hop ganhou destaque como forma de resistência na década de 80, com a estação de Metrô São Bento se tornando um local importante de encontro e expressão, apesar da resistência inicial.
A programação do festival incluiu a Batalha de B-Boys e B-Girls pela manhã, uma competição de dança breaking entre dois grupos. Os DJs Ninja, Rooneyoyo, Zulu e Rock Master ficaram responsáveis pela trilha sonora. Além disso, a Live Paint Graffiti contou com a participação de Patricia Rizka, Amanda Pankill e Dina Inuma, grafiteiras integrantes da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop.
A Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop foi estabelecida em 2010 por mulheres de oito estados brasileiros e atualmente se expandiu para 23 estados. As líderes do movimento buscam o reconhecimento da cultura hip hop pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
À tarde, teve início a competição de spoken word, onde os participantes tiveram 3 minutos para apresentar suas poesias. O júri foi composto pelo público presente. Finalizando o evento, a DMC Brasil fez uma discotecagem especial para celebrar a cultura de DJ, festas, bailes e discos de vinil.