Dez entidades divulgaram uma nota conjunta, na sexta-feira (24), classificando as ocorrências como graves e evidenciando a situação de violência que os povos indígenas enfrentam em Mato Grosso do Sul. As organizações também levantaram questionamentos sobre a conduta da Polícia Militar, reforçando recorrentes relatos a respeito da atuação da corporação no estado.
Segundo relatos, os agressores, além de atacarem o trio, roubaram passaportes, cartões bancários, um crachá de jornalista internacional, câmeras fotográficas, celulares, entre outros objetos. As vítimas ainda foram ameaçadas de morte caso não deixassem a região no mesmo dia. Documentaristas, Ana e Philippe afirmam terem sido agredidos após tentarem explicar que estavam na região a trabalho, enquanto o canadense recebeu vários chutes nas costas e costelas. Além disso, um dos agressores cortou um pedaço do cabelo de Philippe com uma faca.
A cobrança por justiça e punição dos agressores partiu de entidades como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dentre outras. A Apib também denunciou o desaparecimento de dois indígenas da comunidade Terra Indígena Pyelito Kue/Mbaraka´y, em Iguatemi, antes das agressões ao trio.
O caso está sendo acompanhado pela Defensoria Pública da União (DPU) e de Mato Grosso do Sul (DPE-MS), sendo que a Polícia Federal assumiu a investigação devido ao contexto de disputa de terras envolvendo comunidades indígenas. Por fim, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou a importância da demarcação de terras indígenas como forma de combater a violência no campo. Além disso, a embaixada do Canadá informou que está prestando assistência consular aos cidadãos agredidos.