O executivo Antonio Scala, que já fazia parte da empresa, será o substituto de Cotugno. A Enel explicou que o então presidente adiou sua saída para 22 de novembro para “apoiar o processo de substituição e as recentes contingências”. Enquanto os trâmites administrativos para a nomeação de Scala não forem concluídos, o presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes Lencastre, assumirá o cargo interinamente.
A Enel é responsável por atender mais de 15 milhões de clientes em distribuidoras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Crise
No dia 16 de novembro, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o rompimento do contrato com a Enel, concessionária que distribui energia na cidade. Segundo Nunes, além da interrupção do fornecimento de energia após o temporal do dia 3 de novembro, a empresa tem demorado a fazer ligações em obras municipais.
“A Enel é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), uma na Câmara Municipal de Vereadores, criada após o apagão de novembro, e uma na Assembleia Legislativa, instalada em maio para ‘apurar possíveis irregularidades e práticas abusivas'”, relata o prefeito.
Além disso, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) também instaurou um inquérito para investigar o caso. A procuradoria propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Enel em que a empresa deveria se comprometer com a indenização de mais de dois milhões de consumidores, além de aumentar os investimentos para reduzir os episódios de desabastecimento. A Enel tem 15 dias para responder ao TAC.
A Agência Brasil procurou a Enel e o MPSP para obter mais informações sobre a assinatura do termo de ajustamento, mas aguarda retorno.